quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Matemática versal

se eu houvesse de contar palavras usaria a matemática versal
que se ocupa dos números versais. é com essa matemática versal
que sapos e meninos contam estrelas de dia.

"Livro para pescaria com linha de horizonte", Paulo Vieira

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

As vacas estão soltas por aí...

Com o desenrolar da crise econômica mundial, os meios de comunicação atuais sempre falam sobre a inadimplência de prestações, a alta dos juros e os bancos que compraram as hipotecas buscando um lucro com o mercado imobiliário. Além disso, a expressão “vivemos em épocas de vacas magras” passou a fazer parte do cotidiano popular para reforçar o momento crítico no qual o mundo se encontra.

As vacas sempre estiveram presentes no imaginário popular seja por meio da mídia ou dos ditados e expressões. O escritor Millôr Fernandes é autor de um livro no qual ele traduz ao pé da letra algumas frases bem brasileiras. O nome da obra é “A vaca foi pro Brejo” que foi traduzido como “The cow went to the swamp”, em uma verdadeira transliteração para inglês não ver. A expressão significa que algo ruim aconteceu ou que uma causa está perdida.

Recentemente um filme produzido pela Walt Disney Pictures trouxe em seu título uma outra frase do repertório popular brasileiro. “Nem que a vaca tussa” é uma animação que conta a história de três vacas que ajudam a dona da fazenda onde moram a se livrar de suas dívidas e pagar a hipoteca da propriedade.

Na verdade, a frase completa é "nem que a vaca tussa e o boi espirre" e significa que algo não será feito e nem nada extraordinário não vai acontecer. De acordo com o livro “O Guia dos Curiosos”, esta frase tem pouca verdade em seu sentido, já que como os humanos, toda a vez que a traquéia passa por um processo irritativo, os bovinos também tossem e o mesmo também vale para o espirro e a sobrecarga das vias. Porém, a expressão é válida porque os homens espirram e tossem muito mais do que os bovinos.

Mas voltemos à vaca-fria ou seja vamos voltar ao assunto. Este simpático ruminante, considerado sagrado na Índia e tão importante para nós, ainda é alvo de xingamentos e pode ser visto até mesmo de forma pejorativa. O cantor Zeca Pagodinho incorporou este espírito sarcástico à suas canções. Na música “A vaca da minha sogra” há o seguinte trecho: “Mas a vaca da minha sogra / Virou um problema para o povo /Assustando as criancinhas / E correndo atrás dos outros (...)”.

Seja de forma positiva ou negativa, as vacas se tornaram uma espécie de referência para escárnios e bem-dizeres da sociedade, fato que demonstra que este animal é lembrado por todos. Falem bem ou falem mal, mas falem das vacas!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Tem medo?

Então vamos lá. Junte as suas coisas. É hora de dizer de adeus.
Despedir-se dos amigos, dos orientadores, dos chefes, de quem você gosta, de tudo.

E o trabalho? Foi ótimo, sentiremos saudades, visite-nos sempre.

E a faculdade? A gente se vê. Foi bom estar com você nesses quatro anos. Sucesso, hein?

E o apego? Você vai se acostumar, a vida é assim. Perdemos coisas, mas ganhamos outras.

E o sentimento? Perdeu-se.

Manteremos contato? Vamos sim. Tem orkut? Msn?Me procura lá. Estou cadastrado(a) como...

E assim segue a vida.
Uma série de pequenas situações cada vez mais formais, protocolares, convencionais.

Será que a sociedade vive a era do medo?
O medo de se entregar, de dizer o que pensa, de encarar, de correr atrás, de ser gentil...

Medo de gente.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Gavetas da memória infantil

Quase não escrevo em primeira pessoa por aqui. Mas desta vez, abro uma exceção.

Ontem, me encontrei em um momento saudosista, buscando referências musicais da infância e percebi que era uma criança fora dos padrões.

Senti saudade de Eric Clapton, mais especificamente de "Tears in Heaven", música composta em homenagem ao filho do cantor, que caiu do 53º andar de um prédio. Lembrei-me de uma matéria que foi exibida no Fantástico para reportar tal fato e mostrar o sofrimento do pai da criança expresso por meio de tão bela música.

Outro fato curioso encontrado nas gavetas de minha memória foi buscar em meus guardados, The Carpenters. Cresci cercada de discos de vinil e fitas cassetes. Como uma ironia do destino, uma fitinha da dupla Karen e Richard Carpenter foi parar na minha mão. Adorava escutar aquelas baladinhas, especificamente, "Close to you", "Sing" e "Please Mr. Postman".

E Balão Mágico? Se lembram? Agora com as festas Ploc que rodam o Brasil, com ícones dos anos 80 como Ursinho Blau Blau, Gretchen e Sidney Magal, os mais jovens também aprenderam a gritar por aí "Super fantástico amigo, que bom estar contigo no nosso balão". Todo refrão bem feito é guardado e logo vira um hit ou volta a ser.

Simoni, Jairzinho e compania limitada me conduziram nesse balão musical repleto de alegria durante vários anos.

Até que um dia a Rainha dos Baixinhos, tomou conta da programação infantil global e ditou moda, música e brincadeiras. Desta fase, aproveitei os bons desenhos que passavam no programa e também o "Ilariê", porque disso ninguém escapou.Mas, todos nós temos um passado que nos condena. E este passou.

Retomando as gavetinhas. Posso dizer, que quando eu era criança pedi de presente o CD "Jagged Little Pill" da Alanis Morissete, um dos primeiros. Logo em seguida, veio a banda No Doubt.

Não posso esquecer dos Beatles. Ainda não sabia falar inglês, mas cantava quase o repertório inteiro à minha maneira. Hoje eu posso dizer que entre o que eu mais ouvia estava "Day Tripper", "We can work it out", "Lady Madona","Hey Jude" e "Revolution" e muitas outras.

Adoniran Barbosa e Elis Regina fizeram parte da minha lista também, com "Tiro ao Álvaro". Quando a pimentinha começava a cantar "De tanto levar frechada do teu olhar...", eu logo acompanhava.

Foi uma época muito produtiva musicalmente, a descoberta dos sons e a formação de um gosto, que não mudou até hoje!