quinta-feira, 29 de novembro de 2012

E a sociedade cobra...



Se você é solteiro, precisa ter um namorado (a). Se está em um relacionamento, vai ter que casar. Casou? Então quando vai ter filhos? E se tem filho, ele não vai precisar de um irmão?

Além de todos os clichês, dizem por aí que as coisas devem acontecer naturalmente, que devemos viver cada dia como se fosse último, que paciência é uma virtude, que o essencial é invisível aos olhos (frase do nosso amigo francês Saint-Expéry).

E para dar a chancela de todas as expectativas invasivas, Caio Fernando Abreu e Clarice Lispector reviram em seus túmulos ao notarem que seus nomes assinam frases do estilo "carpe diem" às avessas. As redes sociais suprem o papel de psicólogas da modernidade. Basta dizer um sentimento e o cidadão será salvo pelos amigos comentaristas que pouco ou nada contribuem sobre a percepção de uma vida em apenas uma linha.

Talvez o mundo esteja mesmo caminhando para o fim. Não o fim concreto, uma grande explosão para voltarmos a ser poeira e moléculas (se é que fomos mesmo). Penso no final da boa resolução pessoal em âmbito privado.

E por que mesmo, eu devo chegar em um bar e dizer ao mundo que eu estou lá se o que vale da vida é a vida que a gente leva, e a liberdade não tem preço!?

Preciso sair.