quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Cadernos literários se tornam comuns entre os brasileiros

por Juliette

Recentemente, o "The New York Times", um dos jornais mais famosos do mundo, nomeou o jornalista Sam Tanenhaus como novo editor de um dos suplementos mais lidos entre os americanos: o caderno literário.

Nos Estados Unidos, o caderno literário reúne críticas de livros, resenhas, poemas e também há um apelo mercadológico com o ranking dos livros mais vendidos em todo país. Já no Brasil, os leitores de jornais impressos não encontram este tipo de conteúdo nos cadernos culturais, que proporcionam as novidades e as agendas das principais expressões artísticas em cartaz.

Os brasileiros que buscam poesia e resenhas em uma única publicação, optam por uma forma alternativa, que recebe o mesmo nome do suplemento americano, mas sem publicidade. Os cadernos literários brasileiros reúnem as mais diversas produções textuais de pessoas envolvidas com a literatura ou não, apenas com o intuito de propagarem suas idéias.

Uma experiência juizforana

Em Juiz de Fora, universitários dos cursos de letras e jornalismo se reuniram para publicar o caderno literário "Encontrare", que já se encontra na segunda edição. "A pretensão é que o número só aumente, para que a divulgação dos trabalhos locais seja intensa e reconhecida não só por quem se identifica com essa literatura, mas também por um público que desconhece os talentos que caminham paralelamente ao mercado", disse o idealizador do projeto Luiz Fernando Priamo.

A descoberta de talentos também faz parte do papel da publicação. "Eu escrevo em um blog e por causa dos textos que fiz fui convidado para escrever no caderno. É uma experiência bacana porque pessoas que não vivem da escrita, podem se expressar", disse o estudante de jornalismo Rafael Bouças.

Em relação a aceitação dos leitores, o caderno de Juiz de Fora parece ter cumprido a sua missão. "Prezando sempre a necessidade do público de valorizar o trabalho iniciante, a simplicidade e sensibilidade, o caderno foi cada vez mais sendo aceito pelo público interessado em literatura", ressaltou Luiz Fernando.

Veja como é um caderno literário:
- Caderno Literário – Porto Alegre(RS)

Um comentário:

Wadson Xavier disse...

Bem, não é de se espantar que no Brasil cadernos literários não tenham muito público, tendo em vista que somos pouquíssimos leitores nesse país, estão interessados mesmo é no caderno de novelas, fofocas e etc. A parte cultural tem pouco apelo comercial, e olha que os EUA não tem tanta tradição cultural nesse sentido como os países europeus. O que acontece é uma lógica bastante cruel, como lá a maioria da população dispõe de uma boa renda para manter a assinatura de um bom jornal, querendo ou não o caderno cultural, ele vem, porque existe uma estrutura financeira para as redações contratarem pessoa especializado. Assim, não é por falta de interesse dos jornais brasileiros, é falta de leitor bancando um bom produto!!! É questão de mercado que acaba beneficiando a cultura.
Agora, nós, num país onde atitudes louvaveis de pessoas como o mestre antropólogo Darcy Ribeiro tentar implantar um sistema educacional digno, em horário integral (os famoso "Brizolão"), como em qualquer país que tem educação de qualidade, acaba sendo largado de lado, sob a alegação que é um sistema caro... Sim, educação tem que ser cara mesmo, porque ai não vamos gastar com penitenciarias lotadas, segurança, assistencialismo, etc.
Mas a logica brutal do capitalismo selvagem nesse país é assim, se prima pelo lucro imediato... e a nação perde. Vergonhoso!!!!!!!!
Estou indignado e vc não?