segunda-feira, 28 de novembro de 2016

terça-feira, 1 de abril de 2014

Singularidade pura

Somos únicos.
Somos únicos?
Somos diferentes, temos identidade.
Buscamos a nossa identidade na diferença.
E afinal, somos singulares para nós mesmos e/ou para o outro?

Somos importantes?
Que papel ocupamos neste vasto mundo?
Se viemos com uma missão, qual seria ela?
Como e de onde vem o nosso chamado?

Rápido.
Devagar.
Honesto.
Desonesto.
Errante.
Certeiro.

Couro forte.
Forte couro.
Boa carcaça.
E só.
A procura da singularidade continua. 

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Um fabuloso destino



Pegar o endereço anotado em uma folha de caderno. Depois de ter realizado um dos momentos máximos de realização e visitar o Espaço Dalí em Montmartre, é hora de seguir. Descer uma longa rua do bairro parisiense, conferindo as casas, número a número, em uma busca emocionante: encontrar o Café "Les Deux Moulins". O coração bate mais forte, a emoção é inevitável e só de pensar que vou chegar ao local onde foi gravado o filme "O fabuloso destino de Amélie Poulin", para mim, para lá de significativo, é inexplicável. As mãos tremem, os olhos ficam marejados, é impressionante como a arte transcende e nos toca de forma inevitável, uma mistura de nó na garganta com reflexão.

Já assisti 'Amélie' de tudo que é jeito. Sozinha no video cassete, depois no dvd, na aula de semiótica, com amigos, família. Não há tempo ruim para o filme. A obra toma uma proporção incrível, é espaçosa mesmo. E daí que a trilha sonora se tornou popular até para elevar a emoção dos envolvidos em uma simples reforma de uma casa em um programa global? Pouco me importo se o rosto de Amélie estampa camisas a 'torto e a direita', em todos os formatos, caras e bocas. O verde e o vermelho dizem mais que qualquer coisa, a delicadeza e a verdade também. Amélie é a foto de perfil do "Juliette escreve" há quatro anos, se é que repararam. É uma espécie de 'alter ego', identificação espontânea.

Entrar no café, respirar e olhar ao redor. Algumas coisas não são idênticas, o cantinho da Georgette é uma adaptação, o caixa e a tabacaria ficam em lugares distintos, mas tudo bem. Encontrar brasileiros que logo pedem crème brûlée e me convidam para a quebrar a casquinha, também é sensacional. Tudo é sinestésico, desde ouvir o barulhinho da ruptura da casca ao cheiro do café. Um convite para pensar que podemos sim brincar com o tempo e esperar, esperar muito pelos melhores segundos de vida, por aquelas pessoas que estão perdidas também no espaço e que logo aparecem para nos fazer felizes, que podemos promover a felicidade alheia com simples gesto de gentileza ou um sorriso, que somos muito mais que imaginamos, que podemos ser sempre mais 'Amélies'. Uma mágica que vai além da película e que replica sentidos, nos move,  nos faz acreditar no absurdo ou em algo que até então parecia distante, como a própria possibilidade de nos vermos em uma circunstância desta e em lugar tão longe de casa. 

A propósito, o café se localiza na Rua Lepic, 15, no bairro de Montmartre, em Paris. Depois é possível dar um pulinho no Moulin Rouge, mas aí, é outra história.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Em um céu de diamantes.



É como se o general tivesse resolvido se aposentar para gozar de aposentadoria para ver que o mundo era muito maior além dos muros do quartel.

É como se de repente todo o mel das músicas compostas nesse mundo começassem a ter algum significado.

A dieta rígida dá lugar a um grande sanduíche devorado com toda vontade.

O choro de tristeza passa a ser de felicidade.

Cada pedra, planta ou criatura passa ter uma história.

E aquilo que era brega passa a ser chique ou contextualizado em momentos antes sem espaço para isso.

É quando a vida permite uma nova perspectiva desenhada com novas cores, sem dúvida, mais bonitas!

E o novo personagem dessa historinha recém traçada também colaborasse para dar um ritmo mais interessante ao enredo.

Sugestão: Ler o texto com a trilha sonora abaixo.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Palavras simples, pílulas de felicidade

"Dizem que em algum lugar, parece que no Brasil, existe um homem feliz ." Vladimir Mayakovsky 

Li a célebre frase de Mayakovsky pela primeira vez imersa em uma matéria sobre um produtor rural que havia mudado a realidade de toda a sua família. Um perfeito inventor que implantou uma série de engenhocas para facilitar as atividades em seu sítio. Remoendo o conceito da frase aliado ao contexto, percebo que a felicidade é um caminho e não um fim. Dono de seu próprio destino ele conseguiu trazer conforto aos seus filhos e o sorriso no rosto deles não tinha preço. Como é simples ser feliz!

Agradecimento especial ao blog Palavras Atropeladas, especialmente para a mentora dele Tamara Queiroz, que me ensinaram a refletir sobre as coisas mais simples da vida de uma forma tão visceral e autêntica.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

E a sociedade cobra...



Se você é solteiro, precisa ter um namorado (a). Se está em um relacionamento, vai ter que casar. Casou? Então quando vai ter filhos? E se tem filho, ele não vai precisar de um irmão?

Além de todos os clichês, dizem por aí que as coisas devem acontecer naturalmente, que devemos viver cada dia como se fosse último, que paciência é uma virtude, que o essencial é invisível aos olhos (frase do nosso amigo francês Saint-Expéry).

E para dar a chancela de todas as expectativas invasivas, Caio Fernando Abreu e Clarice Lispector reviram em seus túmulos ao notarem que seus nomes assinam frases do estilo "carpe diem" às avessas. As redes sociais suprem o papel de psicólogas da modernidade. Basta dizer um sentimento e o cidadão será salvo pelos amigos comentaristas que pouco ou nada contribuem sobre a percepção de uma vida em apenas uma linha.

Talvez o mundo esteja mesmo caminhando para o fim. Não o fim concreto, uma grande explosão para voltarmos a ser poeira e moléculas (se é que fomos mesmo). Penso no final da boa resolução pessoal em âmbito privado.

E por que mesmo, eu devo chegar em um bar e dizer ao mundo que eu estou lá se o que vale da vida é a vida que a gente leva, e a liberdade não tem preço!?

Preciso sair.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Desabafo lusitano


"Muda de nível,
sai do estado invisível,
põe o modo compatível,
com a minha condição,
que a tua vida,
é real e repetida,
dá-te mais que o impossível,
se me deres a tua mão.

Sai de casa e vem comigo para a rua,
vem, q'essa vida que tens,
por mais vidas que tu ganhes,
é a tua que,
mais perde se não vens (...)"

(Um contra o outro - Deolinda)

A música lusitana se reinventa ao som do fado moderno de Deolinda. Com letras divertidas, irônicas e muito distantes do sofrimento tradicionalmente expresso na lírica portuguesa, o grupo revela o sentimento da sociedade atual. Lidar com os relacionamentos interpessoais como um jogo é um dos pontos de vista. Há também, os aspectos nocivos da inveja em "Mal por mal", em que a frase reveladora é "o teu bem faz-me tão mal". E por que não refletir desta forma?

Se impor sobre a falta de humanidade do "ser humano", por mais redundante que seja a frase é algo necessário. A falta de fluidez, a ausência de preocupação e respeito são constantes. Falar de bons sentimentos e bons fluídos passou a ser brega. Então, reposicionar-se sobre os sentimentos que nos são imanentes pode ser uma solução inteligente para perpertuarmos a discussão sobre quem somos e para onde vamos, por mais ampla ou obsoleta que essa discussão seja. Acredito que algum momento da vida, as pessoas se questionam sobre o quanto mudaram e onde ficou o sentimento terno que tanto preconizaram por anos a fio e que foi perdido de forma desvairada.
Na canção do grupo português chamada "Um contra o outro", o acorde inicial é dado com uma forte sentença: "Anda, desliga o cabo, que liga a vida, a esse jogo (...)". E afinal, por que fazer da vida um jogo? Qual é a graça de jogar contra si mesmo? Ouvi falar certa vez sobre um termo interessante: "auto-sabotagem". Criticar a si mesmo é importante, mas se maltratar é tolice. E mais, não se permitir sentir junto a outra pessoa um sentimento honesto e verdadeiro, é também permanecer no erro. Faça amigos, sorria, diga bom dia, agradeça, seja você mesmo.

A música ensina. Às vezes, a lusofonia também.  E desta forma, Juliette escreve para marcar os quatro anos deste espaço verborrágico que em língua portuguesa preconiza boas e transformadoras ideias.

terça-feira, 13 de março de 2012

Quando não há inspiração

Política Chico Xavier de escrita de textos.
Enya para relaxar.
Respirar, inspirar.
Olhar para a foto da família.
Esperar que um raio caia sobre a sua cabeça.
Rock.
Bach.
Pausa para o Café.
E por que será que a Eureka não acontece?
E por que será que devemos esperar por ela?
Nada de feijão com arroz.
O tempero está justamente na vontade de fazer algo diferente.
Algo atraente.
Algo instigante.
Algo denso.
Algo!?
Está aí, gostei.
Quer ler?