quinta-feira, 28 de maio de 2009

Tin Tin e a autonomia de existência

Quando algo é autonomo de existência, assim é porque transcende as barreiras das oscilações do gosto e atinge um patamar que lhe é próprio, singular e reconhecido pelas diversidades de pensamento. Tin Tin, personagem do quadrinista Hergé, é assim. O famoso jornalista investigativo, de traços leves e finos, quase um menino, que acompanhado de seu cão Milou embarca em aventuras inimagináveis, ganhou nesta semana um museu em Bruxelas.

Na verdade, o museu leva o nome do criador do personagem, mas já foi apelidado como "Le nouveau musée Tin Tin". Novo, porque na Bélgica já existia o "Centre Belge de la Bande Dessinée" - Centro Belga de História em Quadrinhos, e como o filho ficcional mais ilustre do país é o jovem comunicador de topete ruivo, o espaço também era referênciado como o Museu Tin Tin.

A abertura oficial será no dia 2 de junho. Antes desta data, o museu foi aberto para jornalistas e assessores, para a divulgação do local. Muitos sairam de lá decepcionados, não pelo conteúdo do Museu Hergé, que tem um acervo dividido em oito cômodos, ainda em dois andares, mas pelo fato de que lá dentro não se pode filmar e fotografar em função de que parte do que está exposto é original e precisa ser preservado. Obviamente, pensaram que por ser um museu "praticamente" dedicado a um colega de profissão, estes também obteriam regalias.

Com polêmicas ou não, o museu tornou-se realidade, com um projeto que se assemelha a uma página de quadrinhos, idealizado pela viúva de Hergé (1907-1983), Fanny Rodwell e pelo arquiteto francês Christian de Portzamparc.

Tin Tin, no cinema - Com estréia prevista para 2010, "As aventuras de Tin Tin: O Segredo do Unicórnio", é o primeiro de uma trilogia que será dirigida e produzida para as telonas em uma parceria de Steven Spilberg e Peter Jackson, respectivamente. O projeto é realizado pela Paramount Pictures e a Sony. O segundo filme sairá em 2011.

Para quem quiser se contextualizar neste universo, a dica é ler os quadrinhos ou assistir aos desenhos com algumas aventuras vividas por este rico personagem que mantém-se em ação nas mais diversas manifestações culturais, sejam elas impressas, audiovisuais ou museológicas!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Os clássicos dos clássicos, literalmente...

2009, é o ano dos remakes de Hollywood. 20 filmes dos anos 80, serão relançados neste ano, nos Estados Unidos e no Brasil até 2010 . Na lista de clássicos, podemos pinçar Karatê Kid que contará com Jaden Smith (o filho de Will Smith), como um dos três protagonistas mirins do filme.
Para matar ainda mais a saudade, os fãs dos clássicos poderão assistir nas telonas uma nova versão de "Ghostbusters". O escritor e ator das duas primeiras versões, Harold Hamis, anunciou que retomará os serviços de caçada aos fantasmas, com os mesmos atores do filme original, Bill Murray e Dan Aykroyd. Em parceria com a Warner, Leonardo Di Caprio, começará também neste ano a produzir uma nova versão para "A História sem fim".

Depois de adaptações literárias, histórias em quadrinhos e séries de televisão, chegou a vez do cinema inspirar-se na década de 80. Com o uso de novos aparatos tecnológicos, novos atores e direções diversas, os filmes podem englobar um público diferente ou até provocar as inevitáveis comparações com as primeiras versões. Mas a contribuição deste período poderá ser até maior, caso os realizadores destas produções também quiserem aproveitar este fértil decênio musical, nas trilhas sonoras.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O desaparecimento de Dali

Dali, o Salvador do Surrealismo desapareceu há 20 anos. Assim como no teatro, no qual as cortinas se fecham para um ator que deixa os palcos para sempre, na pintura, desaparecer é a metáfora do fim da vida.

O pintor catalão, pai de relógios, de seres quadrados, de inspirações renascentistas, traços árabes, figuras oníricas que flertam com a psicologia no entendimento do subconsciente, também fez esculturas e contribuiu para o cinema, teatro e literatura. Conheceu Federico Garcia Lorca, Pablo Picasso, Alfred Hitchcok, Juan Miró e Luiz Buñel, este último parceiro de direção no filme "O Cão Andaluz".

Surpreendemente multifacetado, Salvador Dali também fez design de embalagens para perfumes, estampas de tecidos e trabalhou na produção de um desenho para a Walt Disney.

A maior parte das obras do artista estão no Teatro-museu Dali, na Catalunha, no qual o pintor foi diretor e pessoalmente escolheu as peças expostas, além da decisão sobre quais artistas ocupariam algumas galerias do lugar. Reformado após a Guerra Civil Espanhola, o espaço abriga o mobiliário do pintor, diversas peças produzidas por ele e também é o local onde repousa o corpo de Dali.

Neste mês, no Espaço Dali em Paris, pode-se conferir a exposição "Dali no Trabalho", na qual a rotina de trabalho do pintor é mostrada por mais de cem fotografias tiradas desde 1950, que refletem como a maneira lúdica de expor ideias e de jogar com elas, poderia contribuir para o processo criativo de Dali. A exposição temporária, em homenagem às duas décadas de "desaparecimento" do pai do surrealismo, reune imagens reveladoras e intimistas que foram tiradas por Robert Descharnes, que é amigo do mestre catalão.

Atualmente, a influência direta do surrealismo de Dali, mantém-se viva pelas mãos do filho dele, Roy Dali, que guarda a semelhança com pai não só na profissão, como também na aparência de bigodes finos e retorcidos. O pai criou relógios derretidos buscando simbolizar a expansão do tempo e a imortalidade do artista, o filho criou sorvetes sólidos para mostrar que as coisas são eternas pela rigidez delas, seriam portanto duráveis.

Para Roy, o seu genitor tinha uma missão na Terra. Mesmo sendo alguém de personalidade explosiva, ele conseguiu deixar o seu sinal por aqui e por isso é lembrado até hoje.

E que o sinal de Dali seja perpetuado, expandido e solidificado para além das fronteiras, para residirem na "existência" do subsconsciente...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

O barquinho

Dia de luz, festa de sol
E o barquinho a deslizar
No macio azul do mar
Tudo é verão, o amor se faz
Num barquinho pelo mar
Desliza sem parar...
Sem intenção, nossa canção
Vai saindo desse mar e o sol
Beija o barco e luz
Dias tão azuis
Beija o barco e luz
Dias tão azuis
Volta do mar, desmaia o sol
E o barquinho a deslizar
E a vontade é de cantar
Céu tão azul, ilhas do sul
O barquinho é o coração
Deslizando na canção
Tudo isso é paz, tudo isso traz
Uma calma de verão
E então
O barquinho vai, a tardinha cai
O barquinho vai, a tardinha cai...

Ronaldo Boscoli

sábado, 2 de maio de 2009

A primeira vez...

2 de maio de 1870
A ópera "O Guarani", de Carlos Gomes, foi apresentada pela primeira vez. A estréia ocorreu no Teatro Alla Sacla (Itália).

3 de maio de 1933
As mulheres brasileiras foram às urnas pela primeira vez na história do país em uma eleição para a Assembléia Nacional Constituinte.

4 de maio de 1959
Foram anunciados os vencedores da primeira edição do prêmio Grammy, o mais importante da indústria fonográfica. Entre os ganhadores estavam Henry Mancini e Ella Fitzgerald. Também neste dia, em 1979 Margareth Tatcher tornou-se a primeira mulher a ocupar o cargo de "primeiro-ministro" na Inglaterra.

5 de maio de 1961
Alan Shepard Jr. se tornou o primeiro americano a ir ao espaço, a bordo da Freedom 7. O vôo sub-orbital durou 15 minutos.
6 de maio de 1994
Foi inaugurado o Eurotúnel que liga a Inglaterra à França.

7 de maio de 1995
Jacques Chirac ganhou as eleições para a presidência da França. Depois de 14 anos, foi a primeira vitória de um conservador nas urnas.