
É neste cenário que começa a história do filme "O menino do pijama listrado", baseado no livro homônimo escrito por John Boyne, que retrata a vida de Bruno, um menino sonhador e aventureiro, que se muda com família para um lugar aparentemente inóspito quando o seu pai é promovido e recebe uma patente mais alta dentro do exército alemão.
Morando em uma casa moderna e panóptica, cercada de militares ríspidos e cães farejadores, Bruno e sua irmã Gertel tentam se adaptar a vida entre os muros da residência, buscando atividades divertidas e maneiras diferentes de passar o tempo. Nesta ânsia exploratória por novos espaços para brincar, o menino vê da janela de seu quarto um enorme campo que passa a chamar de "fazenda" e descobre um caminho para chegar até lá. Escondido de todos, ele chega a um lugar cercado por arames no qual pessoas trabalhavam durante todo o dia vestidas com um pijama listrado, com números pregados no bolso da vestimenta e que ainda deveriam obedecer aos comandos de um apito, como se estivessem em um jogo.
Depois de muitas visitas, Bruno vê um menino do outro lado da cerca e faz com ele uma amizade proíbida. De um lado havia um pequeno alemão, filho de um militar nazista. Do outro, um menino chamado Shmul, de descedência judaica e filho de um relojoeiro judeu.
Confuso por ouvir opiniões fortes e contundentes sobre os judeus, o jovem alemão não sabe em que acreditar. Primeiro, ele recebe as idéias proferidas por seu professor particular que prega a história dos alemães como pessoas superiores às demais e os judeus como vermes ou seres insalúbres. Depois, o menino assiste o video institucional do exército alemão, que mostrava os campos de concentração como verdadeiras colônias de férias, cheias de frescor e entretenimento.
E por último, ele conhece um bom judeu que se torna seu amigo.
Diante de tantas verdades, ele prefere a sua. E desbrava "a sua fazenda" na companhia de Shmul que o empresta um pijama listrado e o pede que descubra onde está o seu pai, que havia sumido na noite anterior. O desafio foi aceito. Uma vez do outro lado, a verdade é descoberta por inteiro.
Não há beleza, não há comida, não há cor. Somente sujeira, dor, fumaça e gases tóxicos que o calam para o resto da vida na companhia de seu amigo.
Filmes sobre o Holocausto, 2ª Guerra Mundial e Nazismo são muitos e as abordagens diversas. Mas é interessante notar que este período é fértil em termos de composições para a ficção e dramaturgia sob o ponto de vista das interrelações entre os envolvidos nas histórias. No filme "O Leitor", há uma mulher que por não saber ler prefere assumir a culpa da morte de milhões de judeus para não ferir a sua dignidade. Em "A Vida é Bela", há uma visão mais doce, o pai judeu, diz ao filho que a realidade vivida por eles dentro do campo de concentração, é apenas um jogo que se encerrará em breve.
Há uma infinidade de obras cinematográficas a serem listadas, por último indicaria "A Lista de
Schindler". E claro "O menino do pijama listrado", que traz uma surpreendente história tocante, que faz com que até um militar alemão discípulo de Hitler, o comandante de Auschwitz, seja fragilizado e penalizado com uma perda, que sem dúvida é irreparável. É preciso perceber o crime cometido e toda humanidade que há al otro lado de rio.
2 comentários:
Filmes sobre a segunda guerra mundial me interessam muito pq considero a ultima epoca onde a humanidade era sincera. Depoois disso, talvez o medo e o trauma fizeram com que as pessoas se escondessem atrs de muros, ideologias e ficassem cada vez mais distantes, tanto que até a guerra ficou fria...bons ou maus, naquela epoca o homem ainda era tao sincero com outro a ponto de mata-lo.
Quando vi o cartaz deste filme, antes mesmo de ler algo sobre, já me despertou interesse. Ainda não o assisti, mas, não passará deste fim de semana!
Até mais e valeu as dicas!
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