terça-feira, 21 de julho de 2009

O menino do pijama listrado

No mesmo espaço onde meninos alemães brincam de braços abertos imitando asas de avião, voando abastecidos pela pureza da imaginação, passam caminhões abarrotados de pessoas estranhas com estrelas pregadas em suas roupas e soldados gritando: "Entrem! Entrem!".
É neste cenário que começa a história do filme "O menino do pijama listrado", baseado no livro homônimo escrito por John Boyne, que retrata a vida de Bruno, um menino sonhador e aventureiro, que se muda com família para um lugar aparentemente inóspito quando o seu pai é promovido e recebe uma patente mais alta dentro do exército alemão.
Morando em uma casa moderna e panóptica, cercada de militares ríspidos e cães farejadores, Bruno e sua irmã Gertel tentam se adaptar a vida entre os muros da residência, buscando atividades divertidas e maneiras diferentes de passar o tempo. Nesta ânsia exploratória por novos espaços para brincar, o menino vê da janela de seu quarto um enorme campo que passa a chamar de "fazenda" e descobre um caminho para chegar até lá. Escondido de todos, ele chega a um lugar cercado por arames no qual pessoas trabalhavam durante todo o dia vestidas com um pijama listrado, com números pregados no bolso da vestimenta e que ainda deveriam obedecer aos comandos de um apito, como se estivessem em um jogo.

Depois de muitas visitas, Bruno vê um menino do outro lado da cerca e faz com ele uma amizade proíbida. De um lado havia um pequeno alemão, filho de um militar nazista. Do outro, um menino chamado Shmul, de descedência judaica e filho de um relojoeiro judeu.

Confuso por ouvir opiniões fortes e contundentes sobre os judeus, o jovem alemão não sabe em que acreditar. Primeiro, ele recebe as idéias proferidas por seu professor particular que prega a história dos alemães como pessoas superiores às demais e os judeus como vermes ou seres insalúbres. Depois, o menino assiste o video institucional do exército alemão, que mostrava os campos de concentração como verdadeiras colônias de férias, cheias de frescor e entretenimento.

E por último, ele conhece um bom judeu que se torna seu amigo.

Diante de tantas verdades, ele prefere a sua. E desbrava "a sua fazenda" na companhia de Shmul que o empresta um pijama listrado e o pede que descubra onde está o seu pai, que havia sumido na noite anterior. O desafio foi aceito. Uma vez do outro lado, a verdade é descoberta por inteiro.

Não há beleza, não há comida, não há cor. Somente sujeira, dor, fumaça e gases tóxicos que o calam para o resto da vida na companhia de seu amigo.

Filmes sobre o Holocausto, 2ª Guerra Mundial e Nazismo são muitos e as abordagens diversas. Mas é interessante notar que este período é fértil em termos de composições para a ficção e dramaturgia sob o ponto de vista das interrelações entre os envolvidos nas histórias. No filme "O Leitor", há uma mulher que por não saber ler prefere assumir a culpa da morte de milhões de judeus para não ferir a sua dignidade. Em "A Vida é Bela", há uma visão mais doce, o pai judeu, diz ao filho que a realidade vivida por eles dentro do campo de concentração, é apenas um jogo que se encerrará em breve.

Há uma infinidade de obras cinematográficas a serem listadas, por último indicaria "A Lista de
Schindler". E claro "O menino do pijama listrado", que traz uma surpreendente história tocante, que faz com que até um militar alemão discípulo de Hitler, o comandante de Auschwitz, seja fragilizado e penalizado com uma perda, que sem dúvida é irreparável. É preciso perceber o crime cometido e toda humanidade que há al otro lado de rio.

2 comentários:

Paulo disse...

Filmes sobre a segunda guerra mundial me interessam muito pq considero a ultima epoca onde a humanidade era sincera. Depoois disso, talvez o medo e o trauma fizeram com que as pessoas se escondessem atrs de muros, ideologias e ficassem cada vez mais distantes, tanto que até a guerra ficou fria...bons ou maus, naquela epoca o homem ainda era tao sincero com outro a ponto de mata-lo.

Thiago Almeida disse...

Quando vi o cartaz deste filme, antes mesmo de ler algo sobre, já me despertou interesse. Ainda não o assisti, mas, não passará deste fim de semana!

Até mais e valeu as dicas!