quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Era uma vez um jornalista que resolveu virar poeta...

No mês de agosto fiz uma visita ao Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais. Depois de conhecer toda a estrutura do local, encontrei um senhor de 85 anos. Muito simpático e sorridente, ele logo se identificou: "Prazer, sou Sebastião Henriques. Trabalhei do Diário do Comércio e em muitos outros lugares. Hoje tenho uma pequena surpresa para você. Como é o seu nome mesmo?
Você se parece com a Julia Roberts ou Julia Lemetz...".
Alguma voz soprava o meu nome em seu ouvido. Ele quase acertou, poderia apenas não achar que eu seria uma pessoa famosa. Entre um lapso de memória, conversas sem sentido e lembranças dos tempos de jornalismo, Sebastião me entregou um livro autografado com poesias escritas por ele.
Aceitei o livro e tudo o que ele representa para aquele senhor, que não mais trabalhava nas redações e vivia agora mergulhado em lembranças e versos. A obra intitulada "A Natureza em cantos (cantos, encantos, desencantos, recantos da Terra e do Mar)", representa também a sua ocupação, suas letras, um reflexo de sua vida. Uma forma de não desprender-se das letras, dos textos, sejam eles em verso ou prosa.
Eis aqui, um exemplo dos versos do jornalista que enveredou para o lado da poesia:



Tempestade
Sexta-feira 13, dia de azar
Para muita gente, em verdade
Cai por cima de certa cidade
Onde um só recurso é rezar
Vejo em revista a preciosidade
Trágica da foto a nos levar
À reflexão de que há muito a penar
Sob relâmpago e tempestade
Sofrem, areia, lagoa, o mar
Na visão do claro e escuro
Em tela pintada a duas cores.
A lama laranja a procurar
Espaço mesmo que obscuro
Cobre consciências indolores



Nunca é tarde para descobrir um nova habilidade dentro nós.

4 comentários:

Wadson Xavier disse...

Esse encontro deve ter sido muito bacana. Ele tem orkut?
rs
Abraços

Thais Thomaz disse...

Moça, confesso que fiquei emocionada ao ler seu texto. O Sr. Sebastião parace não ser diferente de outros "Sebastiões" q/ eu conheço, tenho impressão desse nome ser mágico, místico, ou alguma coisa parecida... Enfim! Tbm não tenho costume de comentar em blog, não sei se por preguiça [rs],ou por falta de tempo msm. Tive que abrir uma exceção p/ vc! Ótimos textos! Já tá na minha lista de blogs.
Abraço!

Tamara Queiroz disse...

Que beleza forte neste verso:

Cobre consciências indolores

.
.
Cada vez mais descobrimos do que somos capazes. Cada vez mais nos colorimos.


.
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Linda, muito, muito, muito agradecida pelas felicitações. Foi uma graça! =)

B-jo, b-jinho

Luiz Fernando "Mirabel" disse...

A poesia é a solução do jornalismo!
Beijo!