sexta-feira, 28 de maio de 2010

Beirut - Trilha sonora do final de semana.


Postcards from Italy



Sunday Smile


Enjoy it!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Elsa e Fred


Você tem medo de morrer? A morte é a única certeza que temos na vida. Díficil prever quando este momento irá acontecer, mas viver para esperá-la não é o melhor caminho. Livros de auto-ajuda e frases de efeito dizem para vivermos cada momento como se fosse o último, questionam os valores humanos e dizem que o segredo é pensar sempre positivo. Talvez.

Se você é jovem e vê uma vida inteira a sua frente, provavelmente faz planos e não vê estes valores desta maneira. Mas o seu ponto de vista pode mudar ao alcançar a famosa terceira idade. É neste momento que o passado vem à tona e tudo o que já viveu se transforma em sabedoria e experiência. É quando as doenças aparecem, os netos já cresceram e uma longa estrada já foi percorrida...

Dentro deste contexto se passa o filme "Elsa e Fred - um amor de paixão" (2005). Elsa, é uma senhora argentina bastante animada, que dirige o seu carro vermelho para todos os cantos de Madrid. Ao tentar passar uma pequena mentira a diante, esta mulher se vê apaixonada por seu vizinho Fred, um viúvo de quase 80 anos, que acredita piamente na história contada por Elza.

Assim, a trama se desenrola e estes vizinhos se envolvem em uma bela história de amor, na qual ambos superam dificuldades e aprendem a enxergar os seus limites físicos e mentais, ou até a falta destes. Elsa, questiona ao seu conjuge sobre o sentido da vida e se ele realmente tem medo de morrer, ou se na verdade o medo é mesmo de viver. Já Fred, descobre que a filosofia de vida de Elsa, se baseia em esquecer dos problemas, viver intensamente os momentos mais especiais, sem se preocupar com as consequências das atitudes tomadas por ela, porque já não havia mais tempo a ser perdido. E afinal, por que perder tempo?

O filme revisita Federico Fellini em "La Dolce Vita", promovendo uma bela homenagem metalinguística ao diretor e proporcionando ao espectador um momento de emoção. Elsa, sempre sonhou em repetir a cena em que Anita Ekberg e Marcelo Mastroiani fizeram se banhando na Fontana de Trevi, em Roma. E assim, foi feita a sua vontade. Fred, reuniu o dinheiro de sua aposentadoria e mais algumas economias e comprou duas passagens para Itália, levando a sua amada para conhecer um dos principais cartões postais do país. Uma mostra de que os sonhos não se perdem com o tempo e podem sim, ser muito bem vividos.

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
(Paciência - Lenine/Dudu Falcão).

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O cúmulo da vergonha alheia



"Cinderela Baiana" (1998) - Filme dirigido por Conrado Sanchez.
A protagonista é Carla Perez.

Não preciso escrever mais nada.

segunda-feira, 22 de março de 2010

O português da política


Ainda faltam alguns meses para as eleições de 2010, mas os brasileiros já estão fazendo as suas apostas nos possíveis candidatos que serão eleitos. Seria Dilma Rouseff, a futura presidente da república? José Serra e Marina Silva obterão êxito em suas campanhas?

São questões que não podemos responder com muita certeza. O que podemos prever com a máxima precisão é o uso do "plural majestático" na elaboração dos discursos de apresentação das plataformas políticas.

Provalmente, ao estudar "concordância nominal" nos tópicos de português da escola, você estudou este conceito. Quando o pronome "nós" é utilizado no lugar da palavra "eu", temos a presença do "plural majestático" ou "plural de modéstia".

De acordo com o portal R7, no dia 20 de fevereiro, após ser confirmada como candidata à presidência pelo Partido dos Trabalhadores (PT), a ministra Dilma Rouseff proferiu as seguintes palavras: "Ampliaremos e aperfeiçoaremos os programas sociais do governo Lula como o Bolsa Familia, implantaremos novos programas. Mas a educação será, sobretudo, um meio de emancipação politica do nosso povo" .

Esta é apenas uma amostra do que virá pela frente. Nos programas eleitorais gratuitos exibidos na televisão, ainda assistiremos a muitas imagens de obras públicas e depoimentos de pessoas satisfeitas com as gestões dos candidatos e principalmente, veremos o emprego da linguagem da modéstia no passado e no futuro. Afinal, enfretaremos mais um disputa permeada por clichês como: "nós fizemos" muito pelo país e ainda "faremos" mais.

De qualquer forma, ao pensar em todas as críticas pautadas pela mídia em relação ao falar do brasileiro, prefiro ouvir em demasia sobre as promessas eleitoreiras em tom majestático a ter que reforçar o uso absurdo do gerundismo no telemarketing.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Versões...

O cantor e pianista Jamie Cullum fez a versão de uma música pop conhecida.




Conseguiu descobrir qual é?

Não?

Então, veja a original!


sexta-feira, 5 de março de 2010

Mais uma vez - Adélia Prado!


Com Licença Poética


Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

(Adélia Prado)

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Let The Sunshine In



Impressionista
Uma ocasião, meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.

Por muito tempo moramos numa casa,

como ele mesmo dizia,

constantemente amanhecendo.
(Adélia Prado)

Luz do sol
Luz do sol
Que a folha traga e traduz

Em ver de novo
Em folha, em graça
Em vida, em força, em luz..

(Caetano Veloso)

Saúdo-os e desejo-lhes sol [...]
(Alberto Caiero)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Surpresa!


Existem obras em que os finais são sempre previsíveis. Comédias românticas geralmente terminam com finais felizes e beijo na boca, não é? Nas novelas, as mocinhas choram durante toda a trama e no final sempre encontram os seus caminhos.

Mas e quando não é possível prever o final? Quando as coisas parecem ser o que não são? Se você assistiu os filmes "Os outros" e "A vila" entende bem o que quero dizer nesta postagem. Caso não tenha visto nenhum dos dois, eu explico. No primeiro filme, uma mulher se muda com os filhos para uma mansão, para esperar que o marido volte da guerra. Estes novos habitantes da casa, apresentam comportamentos estranhos e uma espécie de doença que os impede de receber a luz do sol. O desfecho é inusitado e descobrimos que na verdade, esta família não pertence a "este plano" e por aí, é possível entender a surpresa de quem assiste. Como já entreguei demais o enredo, sugiro que assistam o segundo filme e tirem as suas conclusões!

Na literatura é comum observarmos este tipo de surpresa em contos e poesias. Thiago Almeida, autor do blog Meio Pau é mestre nesta arte. Ele escreve textos com temas diversos que se desdobram em coisas inimagináveis e reflexivas, mas sempre muito bem tecidos e amarrados.

Neste contexto, destaco a música como um terreno fértil e bastante explorado. Os compositores Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante, da Banda Los Hermanos, sabem contar histórias por meio de suas canções. As "narrativas" apresentam início, meio e fim. Quase não vemos repetições exaustivas de refrão e assim acompanhamos os sentimentos do eu-lírico de forma a querer saber como ele se resolveu diante de determinada situação. Quer um exemplo? "Veja meu bem" é um relato de um personagem solitário e que revela quem é a sua verdadeira companhia.

Veja a interpretação de Maria Rita para a música:



Vale a pena conferir também a versão de Ney Matogrosso para esta letra.

Gostou?

Então, me surpreenda com seus comentários!