segunda-feira, 2 de março de 2009

Lili Carabina


Lili Carabina. Este nome poderia batizar artisticamente uma dançarina, uma chacrete ou até mesmo uma personagem de novela, destas que marcam uma atriz por sua representação caricata.

Em meus guardados memoriais, encontrei este nome que me pareceu familiar. Durante o carnaval, relembrando as peripécias da infância, meu primo me contou que quando éramos pequenos, resolvemos brincar de "mímicas de filme" e o que era para ser adivinhado como "O milagre da Rua 34" ou coisa parecida, foi pronunciado por mim "Lili Carabina".
Não me lembro como este nome me veio a mente e muito menos como naquela época eu poderia saber um nome destes. Lili Carabina, era o nome de guerra usado por Djanir Suzano, assaltante famosa entre os anos 60 e 70, que se vestia de forma atraente para distrair a segurança e contribuir para ação dos seus companheiros de crime.

Lili cometeu seu primeiro crime aos 20 anos para vingar a morte de seu marido Jorge, que era traficante. Os assassinos retornaram ao local para buscar as armas e foram mortos por Carabina.

Apesar do codinome Carabina, Djanir sequer tocava neste tipo de arma nos assaltos. O nome era um atrativo a mais para o mundo do crime, assim como "O Bandido da Luz Vermelha", "Chico Picadinho", "Elias Maluco" e muitos outros com nomes nada normais.

Dizem que o crime não compensa. Para os praticantes desta atividade isto depende do ponto de vista. Djanir foi tema do filme "Lili - a estrela do crime", protagonizado por Beth Faria. Se Lili aspirava sair do anonimato para se tornar uma lenda, conseguiu.

Um comentário:

Anônimo disse...

July, sou eu. Não preciso mostrar minha carequinha, né? Seu bloguete tá uma graça.
Eu assisti esse filme há trocentos anos, ainda nos primórdios do... videocassete. Sim, quando este ainda era um luxo para os lares nacionais. Eu tinha um importado, gigantesco, fruto de uma viagem que havia feito aos EUA e uma operação digna de contrabando internacional. A geringonça era a estrela da vizinhança. Todo mundo pedia pr'eu fazer sessão de cinema lá em casa ou para gravar certos programas na tv. Podia até ter ganhado uma grana na época, mas minha veia empreendedora já nasceu obstruída.
O filme é barra pesada, embora tenha uma produção muito primária. Imagine o cinema nacional nos anos 80, em plena desordem econômica e hiperinflacionária. Tá explicado.
Um abraço,